quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

CTB Colabora com o Dia Mundial de Luta contra a AIDS





















Hoje é o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. Para lembrar a data, serão realizadas diversas ações voltadas para o combate à discriminação e o preconceito.

Com o tema "Somos Iguais. Preconceito Não", a campanha nacional desse ano tem como foco principal a conscientização de homens e mulheres com idade entre 14 e 24 anos, diante do preconceito.

A proposta é dar maior visibilidade às questões de viver com HIV/AIDS, além de combater o estigma e a discriminação. Mostrar a proximidade da doença com o universo jovem também faz parte da campanha.

Instituída em 1987 e lembrada pelo Ministério da Saúde a partir de 1988, a data é uma forma de despertar a atenção da sociedade para a necessidade de prevenção e mobilizar os órgãos públicos e privados, além das organizações não governamentais, na luta contra a AIDS.

A AIDS é causada pela contaminação com o vírus Human Immunodeficiency Virus (HIV), que causa uma deficiência no sistema imunológico. Com isso a pessoa portadora fica susceptível a outras doenças.

Assim pega

Sexo oral sem proteção
Sexo vaginal sem camisinha
Sexo anal sem camisinha
Uso de agulha e seringa compartilhada
Transfusão de sangue contaminado
Da mãe contaminada para o filho durante a gravidez, parto ou amamentação
Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados


Assim não pega

Sexo com camisinha
Suor
Beijo
Aperto de mão, abraço
Sabonete, toalha, talheres, copos
Picada de inseto, ônibus, banheiro, pelo ar
Doação de sangue

A CTB participará, junto de seus sindicatos filiados, de várias ações pelo país a fim de conscientizar a população em geral de que, apesar de o vírus ainda não ter cura, seus portadores não estão sentenciados de morte, podendo ter uma qualidade de vida similar aos portadores de outras doenças crônicas.

O preconceito é fruto, principalmente, da desinformação, que vem sendo combatida ano a ano através de campanhas permanentes e das atividades do 1º de Dezembro.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

CORONÉIS AINDA MANDAM NOS SINDICATOS AMAZONENSES


















Segundo informações e gravações publicadas no Blog da Floresta, a volta do presidente do Sindicargas ao poder só foi possível através de uma enxurrada de reais.
Afastado a mais de um ano desde que foi descoberto que tinha transferido todos os bens do Sindicargas para o seu nome, Edmilson Cunha Amorim tenta voltar à presidência do Sindicato através de ações na Justiça. Segundo as gravações, a CUT, através de seu presidente Valdemir Santana, estava por trás de Edmilson, dando apoio financeiro à sua ação processual. Sugerindo, inclusive, segundo a gravação, meios torpes, tais como propinas, para que se conseguisse uma decisão favorável à Edmilson, mesmo depois do processo ter sido transitado em julgado.
Ora, a Justiça amazonense já está investigando tais declarações e o que nos cabe fazer, como cidadãos, é repudiar as atitudes de uma classe de sindicalistas que ainda agem como se estivéssemos na época dos coronéis, onde podem mandar e demandar sem conseqüências.
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, como representante dos trabalhadores condena veementemente esta prática, que não condiz com líderes que têm como principal responsabilidade a defesa dos direitos dos trabalhadores e não compactua com práticas que não deveriam ainda estar acontecendo em pleno século 21.

QUEIMEM OS LIVROS

















O Conselho Nacional de Educação aprovou por unanimidade o banimento do livro “As Caçadas de Pedrinho”, escrito em 1933 por Monteiro Lobato. A decisão final vai agora para o Ministro da Educação, Fernando Haddad.
Não. Essa notícia não é dos tempos da Alemanha nazista. Foi publicada semana passada pelo Jornal O Globo. E o grupo de pessoas que recomendaram tal ação não é formado por clérigos ou leigos. É uma comissão formada pelos melhores profissionais em educação da atualidade.
O “Politicamente Correto” sempre exagera em suas colocações. Não podemos tolerar que esse falso puritanismo contamine nossa sociedade e prive nossas crianças de uma educação baseada em autores que foram responsáveis por toda uma geração. Os contos de fadas europeus nada têm a ver com nossa realidade. Monteiro Lobato, entre outros, viveram a nossa infância em suas infâncias. Quem não se lembra da Dona Benta? E dos bolinhos de Tia Anastácia? E das travessuras da Emília?
Será que temos o direito de tirar essas personagens da educação de nossos filhos?
Agora o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) proibiu que a obra Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século continue sendo entregue a alunos da rede estadual.
De acordo com a decisão, em caráter liminar, a obra contém “elevado conteúdo sexual, com descrições de atos obscenos, erotismo e referência a incesto”.
A obra faz parte de um programa da Secretaria de Educação de São Paulo que distribui livros para alunos da rede. O projeto destina-se a estudantes dos últimos anos do ensino fundamental e do ensino médio. O órgão não confirmou quantos exemplares foram distribuídos, nem a faixa etária dos alunos que os receberam. Também não informou se irá recorrer da decisão.
O livro reúne contos de autores brasileiros publicados a partir de 1900, entre eles Machado de Assis, João do Rio, Lima Barreto, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector. A principal motivação para o tribunal vetar a obra seria o texto Obscenidades para uma Dona de Casa, de Ignácio Loyola Brandão, que conta a história de uma mulher casada que recebe cartas anônimas de um homem.

A decisão do tribunal diz que o texto é “inapropriado para estudantes do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio, que têm entre 11 e 17 anos, sem desmerecer, em hipótese alguma, a qualidade técnica e literária das obras.”

A Secretaria de Educação está proibida de distribuir o livro sob pena de multa de R$ 200 por exemplar que seja entregue aos alunos. Entretanto, os livros que já estão com os estudantes não precisarão ser recolhidos. Segundo o TJ-SP, “o eventual desrespeito à dignidade das crianças e adolescentes já teria se consolidado, portanto, seria ineficaz o recolhimento das obras”.
Será que estamos vivenciando novamente as atrocidades do início do século passado?

terça-feira, 9 de novembro de 2010

CTB-Am participa do 1º Seminário de Formação Política Sindical 2010
















Valderli Bernardo - Presidente da CTB-Am

A Secretaria Nacional de Formação e Cultura da CTB promoverá, nos dias 09 e 10 de novembro, em São Paulo, o primeiro seminário de formação política sindical/2010 voltado para presidentes e secretários de formação.

O evento que acontecerá na sede nacional da CTB, contará com a participação da Professora Nereide Saviane, de Célio Turino (a confirmar), Celina Arêas, Juraci Moreira Souto, Dr Renam Arraes e dos presidentes das estaduais que debaterão a questões como: formação político-sindical, a cultura para os trabalhadores e trabalhadoras, o papel do jurídico em uma central sindical, entre outros temas.

O Presidente da CTB-Am, Valderli Bernardo, encontra-se em São Paulo para participar do Seminário, por entender que a formação sindical é de crucial importância para o crescimento da CTB no Estado do Amazonas.

Programação inicial:

Dia 09/11 -14h às 15h – A importância da formação sindical continuada para uma central sindical - Professora Nereide Saviane
15 às 16 h – Debate
16h às 16h15 – Intervalo
16h15 às 18h Experiências de formação político-sindical – Confederação Nacional dos Trabalhadores na agricultura - CONTAG – Juraci Moreira Souto

Dia 10/11 - 9h00 às 11h – A importância da cultura para os trabalhadores e trabalhadoras – Célio Turino (a confirmar)
11h às 11h15 – Intervalo
11h15 às 12h30 – O papel do jurídico em uma central sindical –Dr Renam Arraes
12h30 às 14h - almoço
14h às 16h – Avaliação do trabalho de formação da CTB e apresentação da proposta de formação aprovada no PES da CTB Nacional- Celina Arêas
16h15 as 16h30 intervalo
16h30 as 18h – Debate encerramento

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Assembléia dos Rodoviários aprova filiação à CTB












Numa grande demonstração de organização e seriedade, a Assembléia Geral do Sindicato dos Rodoviários, ralizada no dia 19 de outubro, aprovou a filiação daquela entidade à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil. À frente de uma categoria que sempre mostrou seu grande espírito de luta pela melhoria das condições de trabalho, o Sindicato dos Rodoviários dá um importante passo para que as próximas lutas sejam empreendidas com uma maior organização e elevado espírito de união por parte do conjunto Central/Sindicato, resultando assim em maiores benefícios e a garantia de que os trabalhadores terão em sua defesa uma Central realmente comprometida com o trabalhador brasileiro.

O Vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários e Secretário de Políticas Sociais da CTB-Am, Elcio Campos, afirma que este é o caminho que os Sindicatos deverão seguir se quiserem continuar com o apoio de seus associados: Ter ao seu lado uma Central que esteja realmente comprometida com o trabalhador, e que não se venda para o poder dos patrões e grupos políticos.

Agora será dada a largada no processo burocrático de filiação à CTB, mas desde já damos ao Sindicato dos Rodoviários de Manaus as boas vindas à nossa Central e lutaremos para que essa união seja coroada de êxito e que resulte numa sociedade melhor.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sindicato dos Rodoviários do Amazonas discute desfiliação da CUT e filiação à CTB















O Sindicato dos Rodoviários do Amazonas realizará na próxima terça, dia 19 de outubro, uma Assembléia Geral onde será discutida a desfiliação daquele Sindicato dos quadros da CUT e sua filiação à CTB.

Tal definição já havia sido aprovada em reunião da Diretoria, porém o Estatuto da Entidade determina que a decisão deva passar pelo crivo da Assembléia Geral, órgão máximo de decisão do Sindicato.

O Sindicato dos Rodoviários representa a categoria dos trabalhadores nos transportes urbanos de Manaus, sendo, portanto, de vital importância para a população da cidade.

A CTB está de portas abertas para receber mais esse integrante de nossa família, com a determinação e o apoio de sempre, certos de firmarmos uma parceria proveitosa tanto para a categoria dos trabalhadores rodoviários quanto para a população de Manaus.

Chapa da CTB vence a CUT na eleição do Sindicato dos Estivadores de Manaus
















A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, mais uma vez confirma sua história de luta em prol dos trabalhadores e trabalhadoras do Amazonas ao vencer nas urnas a eleição para a Direção do Sindicato dos Estivadores de Manaus.

A Chapa 1, encabeçada por Claudovaldo Farias Barreto, obteve uma vitória indubitável frente à chapa liderada pela CUT. Foram mais de cem votos de diferença, numa eleição marcada pela tranqüilidade e, acima de tudo, por uma disputa sadia e democrática, como devem ser todas as eleições em nosso país.

O Sindicato dos Estivadores, dessa forma, dá um passo gigantesco em direção a uma união com a terceira maior Central do País, fazendo parte de uma família que somente cresce a cada ano.

A CTB-Am congratula a Chapa 1 por essa vitória e reafirma seu compromisso de luta e apoio a essa importante categoria que sempre ajudou a desenvolver nosso Estado e que merece que seus destinos sejam dirigidos por pessoas aguerridas e comprometidas com o bem-estar de todos, sempre prontas a sacrificar seus interesses em prol da categoria.

A Direção da CTB saúda a todos os estivadores de Manaus, por manter em sua direção pessoas que são dignas de confiança e que estão sempre dispostas à luta, quando os direitos de seus companheiros são ameaçados.

Vamos à luta!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

ADEUS A UM BOM AMIGO!













Hélio Frazão (de verde) nosso grande amigo.


Neste fim de semana, perdemos um de nossos mais admiráveis amigos. Hélio Frazão Hantão.
Mais conhecido como Nena. Dono da Gráfica H.F. Antão, que sempre esteve presente no apoio às lutas empreendidas por nossos sindicatos, partidos e pessoas que precisassem de incentivo e de seu profissionalismo.

O Nena partiu de forma rápida, pois seu espírito combativo e independente jamais se deixaria tornar um fardo para os que o rodeiam. Deixou saudades, mas acima de tudo, deixou um legado de solidariedade e abnegação que só podemos tomar como exemplo para nossa própria vida.

Nós da CTB-Am, bem como de todos os sindicatos filiados ou não, Partidos políticos e amigos que o Nena tão bem soube cultivar, sempre teremos em nossas lembranças os momentos que esse grande amigo esteve ao nosso lado, com sua lealdade e sinceridade. Mas acima de tudo, sempre disposto a nos fazer o melhor.

Adeus, meu amigo. Sentiremos sempre saudades. Até breve.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Avaliação Equivocada









Em sua coluna no Blog do Durango, o publicitário Durango Duarte chama a atenção para o programa de Vanessa Graziottin, onde ela afirma que, apesar das crendices populares, o fato da candidata ser comunista não a torna necessariamente atéia. Essa pecha tem feito com que muitas representações religiosas usem esse argumento contra a loira comunista.
Comunismo não quer dizer ateísmo. Muitas pessoas que fazem parte do PC d B e do PCB são fervorosos religiosos, o que não os impede de lutar cada vez mais por um mundo igualitário, justo e bom. Onde reine a união de todos os povos sob uma bandeira de unidade e cooperação mútua. Preceitos presentes em todas as denominações religiosas ocidentais.
Tendo posto isto às claras, pedimos que o eleitor analise todas as candidaturas com critérios, tendo em mente que muitos desses que aí se apresentam como representantes do povo de Deus já se envolveram em situações que, no mínimo, seriam consideradas suspeitas. Ou seja, denominação religiosa não quer dizer atestado de boa conduta. História de luta sim, essa credencia uma pessoa a nos representar em qualquer foro.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Por um tempo...

Estamos de volta! Mas não com a frequência que nós gostaríamos. A CTB-Am é composta por dirigentes sindicais que estão envolvidos até a medula com o processo eleitoral nacional que se apresenta. Portanto, não será possível atualizar nosso blog tão frequentemente quanto gostaríamos, razão pela qual pedimos a compreensão de nossos leitores. Mas deixo com vocês esta bela crônica da repórter Rosana Jatobá, que mostra que o preconceito está tão enraizado em nossas mentes que nem nos damos conta do quanto somos preconceituosos. Boa leitura.

Ctb-Am

O Insustentável Preconceito do Ser








- Rosana Jatobá

Era o admirável mundo novo! Recém-chegada de Salvador, vinha a convite de uma emissora de TV, para a qual já trabalhava como repórter. Solícitos, os colegas da redação paulistana se empenhavam em promover e indicar os melhores programas de lazer e cultura, onde eu abastecia a alma de prazer e o intelecto de novos conhecimentos.

Era o admirável mundo civilizado! Mentes abertas com alto nível de educação formal. No entanto, logo percebi o ruído no discurso:

- Recomendo um passeio pelo nosso “Central Park”, disse um repórter. Mas evite ir ao Ibirapuera nos domingos, porque é uma baianada só!
-Então estarei em casa, repliquei ironicamente.
-Ai, desculpa, não quis te ofender. É força de expressão. Tô falando de um tipo de gente.
-A gente que ajudou a construir as ruas e pontes, e a levantar os prédios da capital paulista?
-Sim, quer dizer, não! Me refiro às pessoas mal-educadas, que falam alto e fazem “farofa” no parque.
-Desculpe, mas outro dia vi um paulistano que, silenciosamente, abriu a janela do carro e atirou uma caixa de sapatos.
-Não me leve a mal, não tenho preconceitos contra os baianos. Aliás, adoro a sua terra, seu jeito de falar….

De fato, percebo que não existe a intenção de magoar. São palavras ou expressões que , de tão arraigadas, passam despercebidas, mas carregam o flagelo do preconceito. Preconceito velado, o que é pior, porque não mostra a cara, não se assume como tal. Difícil combater um inimigo disfarçado.

Descobri que no Rio de Janeiro, a pecha recai sobre os “Paraíba”, que, aliás, podem ser qualquer nordestino. Com ou sem a “Cabeça chata”, outra denominação usada no Sudeste para quem nasce no Nordeste.

Na Bahia, a herança escravocrata até hoje reproduz gestos e palavras que segregam. Já testemunhei pessoas esfregando o dedo indicador no braço, para se referir a um negro, como se a cor do sujeito explicasse uma atitude censurável.

Numa das conversas que tive com a jornalista Miriam Leitão, ela comentava:

-O Brasil gosta de se imaginar como uma democracia racial, mas isso é uma ilusão. Nós temos uma marcha de carnaval, feita há 40 anos, cantada até hoje. E ela é terrível. Os brancos nunca pensam no que estão cantando. A letra diz o seguinte:

“O teu cabelo não nega, mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega, mulata
Mulata, quero o teu amor”.

“É ofensivo”, diz Miriam. Como a cor de alguém poderia contaminar, como se fosse doença? E as pessoas nunca percebem.

A expressão “pé na cozinha”, para designar a ascendência africana, é a mais comum de todas, e também dita sem o menor constragimento. É o retorno à mentalidade escravocrata, reproduzindo as mazelas da senzala.

O cronista Rubem Alves publicou esta semana na Folha de São Paulo um artigo no qual ressalta:

“Palavras não são inocentes, elas são armas que os poderosos usam para ferir e dominar os fracos. Os brancos norte-americanos inventaram a palavra ‘niger’ para humilhar os negros. Criaram uma brincadeira que tinha um versinho assim:
‘Eeny, meeny, miny, moe, catch a niger by the toe’…que quer dizer, agarre um crioulo pelo dedão do pé (aqui no Brasil, quando se quer diminuir um negro, usa-se a palavra crioulo).
Em denúncia a esse uso ofensivo da palavra , os negros cunharam o slogan ‘black is beautiful’. Daí surgiu a linguagem politicamente correta. A regra fundamental dessa linguagem é nunca usar uma palavra que humilhe, discrimine ou zombe de alguém”.

Será que na era Obama vão inventar “Pé na Presidência”, para se referir aos negros e mulatos** americanos de hoje?

A origem social é outro fator que gera comentários tidos como “inofensivos”, mas cruéis. A Nação que deveria se orgulhar de sua mobilidade social, é a mesma que picha o próprio Presidente de torneiro mecânico, semi-analfabeto. Com relação aos empregados domésticos, já cheguei a ouvir:

- A minha “criadagem” não entra pelo elevador social !

E a complacência com relação aos chamamentos, insultos, por vezes humilhantes, dirigidos aos homossexuais? Os termos bicha, bichona, frutinha, biba, “viado”, maricona, boiola e uma infinidade de apelidos, despertam risadas. Quem se importa com o potencial ofensivo?

Mulher é rainha no dia oito de março. Quando se atreve a encarar o trânsito, e desagrada o código masculino, ouve frequentemente:

- Só podia ser mulher! Ei, dona Maria, seu lugar é no tanque!

Dependendo do tom do cabelo, demonstrações de desinformação ou falta de inteligência, são imediatamente imputadas a um certo tipo feminino:

-Só podia ser loira!

Se a forma de administrar o próprio dinheiro é poupar muito e gastar pouco:

- Só podia ser judeu!

A mesma superficialidade em abordar as características de um povo se aplica aos árabes. Aqui, todos eles viram turcos. Quem acumula quilos extras é motivo de chacota do tipo: rolha de poço, polpeta, almôndega, baleia …

Gosto muito do provérbio bíblico, legado do Cristianismo: “O mal não é o que entra, mas o que sai da boca do homem”.

Invoco também a doutrina da Física Quântica, que confere às palavras o poder de ratificar ou transformar a realidade. São partículas de energia tecendo as teias do comportamento humano.

A liberdade de escolha e a tolerância das diferenças resumem o Princípio da Igualdade, sem o qual nenhuma sociedade pode ser Sustentável.

O preconceito nas entrelinhas é perigoso, porque, em doses homeopáticas, reforça os estigmas e aprofunda os abismos entre os cidadãos. Revela a ignorância e alimenta o monstro da maldade.

Até que um dia um trabalhador perde o emprego, se torna um alcóolatra, passa a viver nas ruas e amanhece carbonizado:

-Só podia ser mendigo!

No outro dia, o motim toma conta da prisão, a polícia invade, mata 111 detentos, e nem a canção do Caetano Veloso é capaz de comover:

-Só podia ser bandido!

Somos nós os responsáveis pela construção do ideal de civilidade aqui em São Paulo, no Rio, na Bahia, em qualquer lugar do mundo. É a consciência do valor de cada pessoa que eleva a raça humana e aflora o que temos de melhor para dizer uns aos outros.

PS: Fui ao Ibirapuera num domingo e encontrei vários conterrâneos…

*Rosana Jatobá é jornalista, graduada em Direito e Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, e mestranda em gestão e tecnologias ambientais da Universidade de São Paulo. Também apresenta a Previsão do Tempo no Jornal Nacional, da Rede Globo.

Publicado no site Maria Flô

terça-feira, 27 de julho de 2010

CTB realiza em Manaus o 1º Encontro da Região Norte


Por deliberação da direção plena, a secretaria-geral e a tesouraria da CTB, realizarão nos próximos meses uma série de encontros regionais. Durante os dias 16 e 17 de julho, foi a vez de Manaus receber o 1º Encontro da Região Norte, que contou com a participação de todas as seções estaduais da região.
A pauta do encontro foi organização e fortalecimento da Central nos Estados, finanças, filiações e regularização de sindicatos junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Representando a CTB Nacional, estiveram presentes Pascoal Carneiro e Salaciel Fabrício Vilela, o secretário-geral e adjunto, respectivamente, e a secretária adjunta de Finança Gilda Almeida. Diversas lideranças marcaram presença representando a CTB dos Estados de Amazonas, Amapá, Acre, Pará, Rondônia e Roraima.

O encontro, que teve início no dia 16, às 9h, foi realizado no auditório dos sindicatos dos Petroleiros. Durante a cerimônia de abertura, Pascoal Carneiro falou sobre o crescimento da Central e do empenho de todos os dirigentes para o seu fortalecimento. No entanto, ele chamou a atenção para a regularização dos sindicatos no MTE. Nas intervenções dos representantes das estaduais, destacaram-se as perspectivas e peculiaridades da região, deixando evidente o crescimento e otimismo devido à credibilidade e aceitação da CTB, pela sua política e visão classista.

Para Pascoal carneiro que acompanhou aos depoimentos “para garantir o crescimento, não basta, apenas, fazer filiações. É necessário realizar visitas às bases e reuniões com os sindicatos, ou seja, colaborar para esse fortalecimento”. Um compromisso firmado pela Executiva Nacional, de promover mais visitas aos estados.
No período da tarde, Gilda fez uma apresentação da situação financeira de cada Estado e do esforço que a tesouraria nacional tem feito para manter os repasses. A dirigente também chamou a atenção dos presentes para o problema da inadimplência. Que deve ser solucionado através de um trabalho conjunto para aumentar o numero de sindicatos filiados e ao mesmo tempo resolver o problema financeiro.

Outro destaque no debate foi a dificuldade em se fazer sindicalismo nesta região pelas suas características próprias. Para solucionar esse problema, foi apresentada a proposta de se criar uma coordenação da região, formada pelos presidentes mais um suplente, que deverão se reunir com frequência. Por sugestão do presidente da CTB Rondônia ficou acertado que a primeira reunião será realizada um dia antes da direção plena da CTB.

No encerramento o presidente da CTB Amazonas, James Carvalho Figueiredo, ressaltou a importância do encontro e agradeceu pelo fato de Manaus ter sediado a atividade. Reforçando a credibilidade que da Central no movimento sindical brasileiro.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Mototaxistas protestam pela regulamentação da categoria


Mesmo após um ano da sanção presidencial da Lei que legitima a função de mototaxistas e mesmo depois do Contran regulamentar os cursos e exigências para que o profissional possa atuar, a Prefeitura de Manaus ainda não regulamentou a função no município. O prefeito Amazonino Mendes caiu nas graças da categoria ao se posicionar a favor dos mototaxistas e prometer legalizar a atuação destes em nossa cidade. Mas ao que parece, os mototaxistas já estão desconfiando dessas promessas.

Hoje, dia 19 de julho, os mototaxistas realizaram uma passeata com mais de cinco mil participantes, desde a Zona Leste até a Prefeitura, na Zona Oeste. Eles reivindicam participação da categoria na Comissão que está sendo formada pelo IMTT a fim de regulamentar a função, que, segundo eles, não está devidamente representada. O Presidente do IMTT, Marcos Cavalcante, afirmou que incluiu na Comissão pessoas que, para ele, estavam representando os mototaxistas. Mas diante do protesto, irá rediscutir essa formação. Os mototaxistas mostraram organização e força ao requerer seus direitos e garantir que não sejam prejudicados na construção de seu plano de trabalho.

O Transporte em Manaus

Essa manifestação é apenas mais uma amostra de como anda o sistema de transporte público em Manaus. Todo o sistema está prejudicado. O sistema de transporte coletivo está sucateado e quase inoperante. O sistema alternativo da Zona Leste está entregue a bandidos que se fazem de motoristas, causando acidentes, mortes e sem nenhuma fiscalização. O Sistema Alternativo foi reduzido e a tarifa majorada sem a anuência dos proprietários. Manaus, ao contrário do que afirmou Amazonino em fevereiro, não tem prefeito e não tem IMTT, pois toda sorte de dramas e tragédias ocorrem em nosso trânsito e os agentes de trânsito só são vistos nas portas dos shows que acontecem no Sambódromo, deixando nossa população desassistida também nesse quesito, desamparada em seu trajeto para o trabalho, para a escola, para o lazer.
O projeto binário da Djalma Batista e Constantino Nery é uma solução que, por um tempo, desafogará o trânsito rumo ao Centro da Cidade. Mas é preciso pensar em soluções a longo prazo para uma frota que aumenta em mais de três mil veículos por mês. E a prefeitura hoje mostra que não conta com a capacidade técnica para uma empreitada dessa magnitude. Infelizmente.

terça-feira, 13 de julho de 2010

NÃO QUEREMOS

Arthur defende Serra, que lutou contra a Zona Franca de Manaus


Foi publicada hoje, dia 13, no Jornal Dez Minutos, nota em que o Sen. Arthur Neto defende o candidato à presidência, José Serra, que é lembrado constantemente por sua luta contra a Zona Franca de Manaus e, antes de deixar o governo de São Paulo, reprimiu com violência uma manifestação dos trabalhadores em educação na cidade de São Paulo. O Senador argumenta que teve total apoio do candidato na aprovação da PEC que prorroga a ZFM.

Por outro lado, devemos nos lembrar que estamos em campanha eleitoral e que o candidato navega por onde a correnteza for melhor. Sabemos também que assim como o nosso encontro das águas, os interesses de São Paulo não se conciliam com os do Amazonas, e que Serra sempre foi contra a existência da ZFM por ir contra os interesses da Industria Paulista.

Prova maior disso foi um relatório que ele escreveu quando deputado constituinte, desconsiderando a importância da ZFM:

"A preocupação de Serra com os caminhos que a descentralização estava tomando fez com que ele escrevesse uma carta pessoal ao presidente Sarney, enviada através de Ulysses Guimarães. Sarney respondeu verbalmente que Serra deveria aprofundar ainda mais a descentralização (Serra, entrevista em 2/2/1994). Serra tornou-se, assim, a figura mais visível e isolada na defesa do governo federal. Em avaliação posterior, argumenta que as perdas do governo federal para as esferas subnacionais não foram assim tão importantes quanto achava naquele momento, mas outras questões continuavam preocupantes.
A primeira era a expansão das isenções fiscais para a Zona Franca de Manaus, que, segundo ele, reduzem as transferências para a grande maioria dos estados e municípios, colocando sobre o país o pesado ônus de sustentar algumas poucas indústrias e alguns poucos empregos.
A segunda preocupação de Serra é que o Congresso não está tecnicamente preparado para cumprir o papel outorgado pela Constituição em matéria tributária, em especial sobre despesa e orçamento.
Ademais, argumenta, o Congresso não tem vontade política de ser co-responsável pelo desempenho do setor público, como o modelo proposto pela Constituição requer. Finalmente, o governo federal também não tem vontade política para levar adiante propostas que poderiam reduzir seu poder (Serra, 1989)." (Federalismo e Descentralização na Constituição de 1988: Processo Decisório, Conflitos e Alianças)


Como podemos ver, a posição de Serra sempre foi contra a ZFM. O Senador Arthur Neto que, inclusive, já foi cotado para ser ministro de Collor e quando Prefeito de Manaus reprimiu, demitiu e espancou trabalhadores em pleno Centro da Cidade, finge desconhecer esses fatos por pura conveniência política. Mas os trabalhadores amazonenses não esquecem e sabem quem realmente luta pelos seus interesses em Brasília e quem apenas o faz em época de eleição.

Serra: impostura e golpe contra trabalhadores


As centrais sindicais lançaram manifesto conjunto na última quarta-feira (7) onde alertam a população para que não se deixe enganar pelas mentiras veiculadas na rádio e na televisão por José Serra, candidato de Fernando Henrique e do PSDB à Presidência da República, a respeito de pretensas medidas que teria proposto em prol da classe trabalhadora. Serra age como um verdadeiro lobo vestido em pele de cordeiro.

Sob o título “Serra: impostura e golpe contra os trabalhadores”, CUT, Força Sindical, CTB, CGTB e Nova Central denunciam que “o candidato José Serra (PSDB) tem se apresentado como um benemérito dos trabalhadores, divulgando inclusive que é o responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e por tirar do papel o Seguro-Desemprego. Não fez nenhuma coisa nem outra. Aliás, tanto no Congresso Nacional quanto no governo sua marca registrada foi atuar contra os trabalhadores”. De acordo com as centrais, “a mentira tem perna curta e os fatos desmascaram o tucano”.

Falsificando a história

A nota assinada pelos presidentes das centrais (Wagner Gomes, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil; Artur Henrique, da Central Única dos Trabalhadores; Miguel Torres, em exercício, da Força Sindical; Antonio Neto, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil e José Calixto Ramos, da Nova Central Sindical dos Trabalhadores) ressalta é fundamental que a população seja bem informada a respeito dos fatos para que dimensione o tamanho da falsidade que vem sendo divulgada pelo PSDB.

“A verdade”, esclareceram, é que “o seguro-desemprego foi criado pelo decreto presidencial nº 2.284, de 10 de março de 1986, assinado pelo então presidente José Sarney. Sua regulamentação ocorreu em 30 de abril daquele ano, através do decreto nº 92.608, passando a ser concedido imediatamente aos trabalhadores”. Da mesma forma, “o FAT foi criado pelo Projeto de Lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS). Um ano depois Serra apresentou um projeto sobre o FAT (nº 2.250/1989), que foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos Deputados, na sessão de 13 de dezembro de 1989, uma vez que o projeto de Jorge Uequed já havia sido aprovado”.

Reprovado pelo Diap

Na Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988), o candidato tucano votou reiteradamente contra os trabalhadores, assinala o manifesto: “Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas; não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo; não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário; não votou para garantir 30 dias de aviso prévio; não votou pelo aviso prévio proporcional; não votou pela estabilidade do dirigente sindical; não votou pelo direito de greve; não votou pela licença paternidade; não votou pela nacionalização das reservas minerais”.

Por isso, conforme recordam os sindicalistas, José Serra foi reprovado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que conferiu aos parlamentares uma nota entre zero a dez de acordo com a posição assumida na votação dos temas de interesse da classe trabalhadora, em particular o capítulo sobre direitos sociais.

Serra, que a esta altura já tinha se bandeado para o lado da direita, teve nota 3,75 pelo desempenho na Constituinte. Vale lembrar que no primeiro turno da Constituinte, o atual candidato tucano tirou nota 2,50 e, no segundo turno, por se ausentar em várias votações em que havia votado contra, levou nota 5,0 – o que lhe elevou a média para 3,75.

Homem do capital financeiro

Já em 1994, diante da proposta de Revisão Constitucional, lembram as centrais, “Serra apresentou a proposta nº 16.643, para permitir a proliferação de vários sindicatos por empresa, cabendo ao patrão decidir com qual sindicato pretendia negociar. Ainda por essa proposta, os sindicatos deixariam de ser das categorias, mas apenas dos seus representados. O objetivo era óbvio: dividir e enfraquecer os trabalhadores e propiciar o lucro fácil das empresas. Os trabalhadores enfrentaram e derrotaram os ataques de Serra contra a sua organização, garantindo a manutenção de seus direitos previstos no artigo 8º da Constituição”.

Conforme o manifesto, “é por essas e outras que Serra, enquanto governador de São Paulo, reprimiu a borrachadas e gás lacrimogêneo os professores que estavam reivindicando melhores salários; jogou a tropa de choque contra a manifestação de policiais civis que reivindicavam aumento de salário, o menor salário do Brasil na categoria; arrochou o salário de todos os servidores públicos do Estado de São Paulo”.

“As Centrais Sindicais brasileiras estão unidas em torno de programa de desenvolvimento nacional aprovado na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, em 1º de junho, com mais de 25 mil lideranças sindicais, contra o retrocesso e para garantir a continuidade do projeto que possibilitou o aumento real de 54% do salário mínimo nos últimos sete anos, a geração de 12 milhões de novos empregos com carteira assinada, que acabou com as privatizações, que descobriu o pré-sal e tirou mais de 30 milhões de brasileiros da rua da amargura”, conclui o documento assinado pela CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central e CGTB.

Enfim, Serra é um homem do capital financeiro e, como tal, já se revelou inimigo da classe trabalhadora. Definitivamente não merece a confiança das centrais sindicais.

Publicado no Vermelho

Serra: impostura e golpe contra os trabalhadores

O candidato José Serra (PSDB) tem se apresentado como um benemérito dos trabalhadores, divulgando inclusive que é o responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e por tirar do papel o Seguro-Desemprego. Não fez nenhuma coisa, nem outra. Aliás, tanto no Congresso Nacional quanto no governo, sua marca registrada foi atuar contra os trabalhadores. A mentira tem perna curta e os fatos desmascaram o tucano.

A verdade

Seguro-Desemprego - Foi criado pelo decreto presidencial nº 2.284, de 10 de março de 1986, assinado pelo então presidente José Sarney. Sua regulamentação ocorreu em 30 de abril daquele ano, através do decreto nº 92.608, passando a ser concedido imediatamente aos trabalhadores.

FAT - Foi criado pelo Projeto de Lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS). Um ano depois Serra apresentou um projeto sobre o FAT (nº 2.250/1989), que foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos Deputados, na sessão de 13 de dezembro de 1989, uma vez que o projeto de Jorge Uequed já havia sido aprovado.

Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988) - José Serra votou contra os trabalhadores:
a) Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas;
b) não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo;
c) não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário;
d) não votou para garantir 30 dias de aviso prévio;
e) não votou pelo aviso prévio proporcional;
f) não votou pela estabilidade do dirigente sindical;
g) não votou pelo direito de greve;
h) não votou pela licença paternidade;
i) não votou pela nacionalização das reservas minerais.
Por isso, o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), órgão de assessoria dos trabalhadores, deu nota 3,75 para o desempenho de Serra na Constituinte.

Revisão Constitucional (1994) - Serra apresentou a proposta nº 16.643, para permitir a proliferação de vários sindicatos por empresa, cabendo ao patrão decidir com qual sindicato pretendia negociar. Ainda por essa proposta, os sindicatos deixariam de ser das categorias, mas apenas dos seus representados. O objetivo era óbvio: dividir e enfraquecer os trabalhadores e propiciar o lucro fácil das empresas. Os trabalhadores enfrentaram e derrotaram os ataques de Serra contra a sua organização, garantindo a manutenção de seus direitos previstos no artigo 8º da Constituição.

É por essas e outras que Serra, enquanto governador de São Paulo, reprimiu a borrachadas e gás lacrimogênio os professores que estavam reivindicando melhores salários; jogou a tropa de choque contra a manifestação de policiais civis que reivindicavam aumento de salário, o menor salário do Brasil na categoria; arrochou o salário de todos os servidores públicos do Estado de São Paulo.
As Centrais Sindicais brasileiras estão unidas em torno de programa de desenvolvimento nacional aprovado na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, em 1º de junho, com mais de 25 mil lideranças sindicais, contra o retrocesso e para garantir a continuidade do projeto que possibilitou o aumento real de 54% do salário mínimo nos últimos sete anos, a geração de 12 milhões de novos empregos com carteira assinada, que acabou com as privatizações, que descobriu o pré-sal e tirou mais de 30 milhões de brasileiros da rua da amargura.

Antonio Neto – presidente da CGTB
Wagner Gomes – presidente da CTB
Artur Henrique – presidente da CUT
Miguel Torres – presidente da Força Sindical
Jose Calixto Ramos – presidente da Nova Central

domingo, 11 de julho de 2010

ALDO E A MALDIÇÃO DO CURUPIRA


José Ribamar Bessa Freire
11/07/2010

- Co-mu-nis-ta! Esse menino fala como um comunista – vociferou tio Esmeraldo, me censurando na varanda da casa da vovó Marelisa, na Rua Monsenhor Coutinho, 380, em Manaus. Vovó, alarmada, empalideceu. Naquela época, 1960, era um pecado mortal, um sacrilégio, ser ou parecer comunista, ainda mais numa família católica, apostólica e romana como a nossa, cheia de padres e freiras.

Foi um comunista, o Luiz Barbeiro, que convenceu o Leno, da Vila Rezende, a esconder no bolso uma hóstia consagrada, de onde jorrou sangue – dizem, eu não vi – manchando sua calça, antes de sair gotejando sobre os trilhos de bonde da Rua Alexandre Amorim. A prima do Leno, Rosilene Cabral, ex-professora do SESC, que está aí mesmo e não me deixa mentir, foi quem lavou a roupa e jura que a mancha só saiu com água benta.

Afinal, como é que eu, um menino de 12 anos, temente a Deus, podia concordar com os comunistas, cuja doutrina ignorava, e que ainda por cima tinham fama de profanadores de hóstia? Tudo começou no dia em que presenciei um parente extremamente pobre, Raimundo Cyrino, contar pra vovó, aos prantos, como os jagunços destruíram sua roça e o expulsaram de um terreno lá no Tarumã, onde vivia com mulher e filhos. Ele não tinha onde cair morto. Foi a primeira vez que vi um homem adulto chorar. E seu choro era tão sentido, tão doído, que hoje, cinquenta anos depois, ainda ecoa em minha lembrança.

Tio Dantas me explicou, então, que toda aquela imensidão de terra vazia e improdutiva tinha dono, e não podia ser usada nem mesmo por quem estivesse morrendo de fome. Revoltado, fiz um discurso ingênuo que, segundo tio Esmeraldo, era uma defesa da reforma agrária - “bandeira dos comunistas”, que ele combatia como candidato a vereador pela UDN (vixe-vixe!). Por via das dúvidas, vovó me aconselhou que rezasse mil vezes a jaculatória ‘Jesus, Maria, José, minh´alma vossa é’. Obedeci. Mas foi aí que minh’alma apostrofada, assim entregue, compreendeu que os comunistas lutavam por justiça social.

Fantasma do comunismo

O que aconteceu com o fantasma que rondava a Europa em meados do século XIX, anunciado pelo Manifesto Comunista de 1848? Faz meio século, ele ainda circulava pelo Brasil defendendo os oprimidos. E agora? Eis o que eu queria dizer: hoje, se a referência fosse o deputado Aldo Rebelo, filiado ao glorioso Partido Comunista do Brasil (PCdoB-SP), a vovó me dispensaria das jaculatórias e tio Esmeraldo aplaudiria, imitando os ruralistas que, na última terça-feira, em sessão tumultuada numa comissão da Câmara dos Deputados, aprovaram o relatório que modifica o Código Florestal.

Eles aplaudiram o projeto do Aldo, porque ele anistia todos aqueles que, entre 1994 e 2008, cometeram crimes ambientais e desmataram mais do que o permitido por lei. A soma das multas aplicadas nesse período ultrapassa R$ 10 bilhões - segundo cálculos oficiais do IBAMA - que deixam de ser recolhidos aos cofres públicos, beneficiando grandes proprietários e exportadores. Os anistiados sequer são obrigados a replantar o que foi destruído. Aqueles que respeitaram a lei estão se sentido uns babacas.

O projeto do Aldo reduz ainda a faixa obrigatória de preservação das matas que ocupam as margens dos rios, incentivando o desmatamento, recebendo por isso críticas do secretário do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa. Para Aldo, a floresta é um obstáculo ao progresso e uma inimiga da civilização. Ele ignora o rico patrimônio florestal brasileiro e não reconhece “o inegável papel que a saúde florestal exerce para a saúde climática e para o bem-estar das populações”.

Por isso, foi duramente criticado pela comunidade científica, pelos pequenos agricultores e pelos povos da floresta. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) diz que o parecer não tem qualquer fundamentação científica. E a Confederação Nacional dos Trabalhos na Agricultura (Contag) avalia que ele favorece os grandes desmatadores. Mas Aldo foi ovacionado pela presidente da Confederação Nacional da Agricultura, senadora Kátia Abreu (DEM-TO – vixe, vixe) que, em declaração estarrecedora ao Jornal Nacional, disse como se sentia:

- “Um alívio! Essa suspensão é uma respirada. Nada hoje prejudica mais o agronegócio, a agropecuária, do que essa insegurança jurídica, essa questão das multas, essa truculência que tem sido praticada dia a dia no campo”. O que esse discurso diz e o que ele esconde?

Dito e não-dito

O não-dito é fundamental para apreender o significado do que foi dito. O discurso da senadora não diz que toda propriedade de terra no Brasil foi, originalmente, tomada dos índios à força. Que as terras assim usurpadas foram concedidas como sesmarias pela Coroa Portuguesa aos nobres, navegadores, militares e colonos. Que a economia se baseava no latifúndio, na monocultura e na escravidão. Que o sistema de capitania hereditária isentava o donatário de taxas, fazia dele a autoridade máxima dentro daquelas terras, permitindo até que decretasse a pena de morte para escravos e índios.

Esse sistema de violência institucionalizada foi formalmente extinto no final do período colonial, mas continuou operando até os nossos dias na conduta de muitos proprietários. Segundo a Comissão Pastoral da Terra cresce a violência contra camponeses pobres, com a omissão do Poder Judiciário. Foram assassinados 1546 trabalhadores rurais nos últimos 25 anos, mas foram abertos apenas 85 processos judiciais e somente 19 mandantes de crimes foram condenados. Em 2009, o Brasil viu 25 assassinatos, 71 pessoas torturadas, 1884 famílias expulsas e um aumento de 163% de casas destruídas.

Para a senadora, porta-voz dos donatários do século XXI, a violência não é essa. O agronegócio - coitado! – é que passa a ser vítima da violência no campo. As leis que protegem a floresta e, com ela, a saúde do conjunto da população constituem uma “truculência”. As multas que punem os transgressores da lei sufocam o agronegócio, enfim a ordem jurídica causa insegurança entre os proprietários. Para ela, violência no campo é isso. Dessa forma, ela corrompe a linguagem.

Há alguns meses, o filho da senadora, Irajá Silvestre Filho, 27 anos, que é candidato a deputado federal, estacionou o carro em local privativo dos táxis no Terminal Rodoviário de Palmas (TO). Quando foi abordado pelos policiais militares, ele se recusou a entregar seus documentos, questionou a multa e a remoção do veículo e desacatou a autoridade. Seguindo o exemplo materno, ele se sentiu sufocado pela truculência das leis do trânsito.

O signo lingüístico – a gente sabe – é o signo ideológico por excelência porque carrega valores que disputam a representação do mundo e refletem as relações sociais, os conhecimentos, as crenças, as atitudes. O discurso da senadora pretende expropriar os discursos dos movimentos sociais e usurpar os significados das lutas camponesas, tentando transformar uma representação de uma categoria – a do agronegócio – em crença coletiva – do Brasil.

A senadora cumpre seu papel, em defesa de sua categoria. Faz parte do jogo da democracia burguesa. O doloroso, o imperdoável nisso tudo, é ver Aldo Rebelo, um parlamentar eleito pelo voto comunista, colocar seu trabalho, sua energia, seu verbo e sua biografia a serviço dessas forças, na defesa de um modelo de progresso que contraria a história dos movimentos populares. Dessa forma, ele mancha a trajetória histórica do partido e trai as lágrimas e os anseios de tantos Raimundos injustiçados nesse Brasil. Essa mancha, não tem água benta que dê jeito. Que o voto do Curupira se manifeste nas próximas eleições.

P.S – No Amazonas, para deputado estadual, estou fazendo a campanha do candidato 13013. No próximo domingo, o nome do candidato e as razões do apoio.

O Código Florestal: Relatório polêmico


A divulgação do Relatório da Comissão Especial que trata de modificações ao Código Florestal, elaborado por Aldo Rebelo, tem provocado intensos debates com posições radicalizadas a favor e contra. A importância do tema exige uma análise objetiva e multifacética.

O Relatório destaca corretamente o interesse das nações ricas na apropriação dos recursos naturais e a tentativa de impedir o crescimento das nações em desenvolvimento. Ressalta a disputa comercial com os países desenvolvidos pelo mercado da carne, açúcar, algodão e soja. A manipulação dos países desenvolvidos para sufocar a produção dos países em desenvolvimento fica expressa, entre outras medidas, através da política protecionista em relação aos seus produtos agrícolas e das ações desenvolvidas na OMC não aceitando o “livre mercado” para os produtos agrícolas e impondo tal regra para os produtos industrializados. Onde eles são fortes, impõem o “livre mercado” e onde são frágeis impõem a política de subsídios.

A política de impor restrições à produção agro-pecuária dos países em desenvolvimento ficou mais explícita com a divulgação do relatório “Florestas lá, plantações aqui” onde se afirma cinicamente “Eliminar o desmatamento nos trópicos até 2030 limitará a receita para expansão agrícola e para a atividade madeireira nos países tropicais, nivelando o campo do jogo para os produtos americanos no mercado global”. A autora principal do relatório é Shari Friedman, ex-funcionária do governo Clinton, quando trabalhou na Environmental Protection Agency (EPA, a Agência de Proteção Ambiental), analisando políticas domésticas de mudanças climáticas e a competitividade internacional. Ela também fez parte da equipe norte-americana de negociações para o Protocolo de Kyoto, que os Estados Unidos se negaram a assinar. Não enxergar esta gritante manobra do imperialismo norte-americano é total ingenuidade ou intenção consciente de favorecer empresas estrangeiras.

Todavia, o Relatório absolutiza a disputa comercial e não ressalta, devidamente, a questão ambiental. Reconhecer a manipulação feita pelo imperialismo na questão agrícola não retira a necessidade de dar um tratamento adequado ao meio ambiente. Nos dias atuais, em que a questão ambiental é melhor compreendida e incorporada à pauta da luta antiimperialista e pelo socialismo, há que combinar o desenvolvimento com o meio ambiente.

O texto do relator destaca o papel positivo da agricultura na produção de alimentos e nas exportações brasileiras. Tal ponto de vista coincide com a defesa do PCdoB de uma união ampla dos diversos segmentos da sociedade, incluindo o setor produtivo industrial e agrícola, em torno de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento que assegure uma Nação forte, democrática e com justiça social.

Por isto mesmo o reconhecimento do papel positivo da agricultura na produção não nos exime de pontuar as consequências negativas que certo tipo de produção agro-pecurária acarreta para o meio ambiente e para os trabalhadores. Ela utiliza agrotóxicos, realiza queimadas, desmatamentos, destrói matas ciliares assoreando os rios, gasta excessivamente água para um método ultrapassado de irrigação e retira do solo nutrientes com o método corrente de plantio agrícola. Adota o trabalho semelhante ao trabalho escravo e trabalho de menores. Uma análise objetiva do agronegócio não deve conduzir à sua demonização, mas também não deve conduzir ao seu endeusamento, não ressaltando seus aspectos predatórios.

É feita correta análise dos que criticam o antropocentrismo e que, na relação entre o homem e a natureza, erigem a natureza como aspecto decisivo. Tal ponto de vista conduz a uma absolutização da natureza e tem como decorrência a falsa idéia de preservar a natureza impedindo o desenvolvimento, sendo que o desenvolvimento é o caminho indispensável para enfrentar os problemas da fome e da miséria.

De forma oportuna é feita uma crítica à falsa idéia Malthusiana de que o crescimento da população é fator de grande relevância na crise ambiental.

É feita, também, uma importante crítica à tentativa de transformar a Amazônia em santuário intocável, impedindo o seu desenvolvimento. Como grande repositório de recursos naturais, os países imperialistas querem barrar o seu desenvolvimento para assegurar uma fonte importante de matérias primas para o futuro. No entanto o texto não destaca a ação predatória realizada na Amazônia, sobretudo, com o desmatamento que tem sido realizado. A combinação de desenvolvimento e meio ambiente implica no desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Ao falar da emissão de gases de efeito estufa provocados pela agro-pecuária o relatório destaca que não há consenso de que as mudanças climáticas decorram da ação humana. Todavia não informa que a grande maioria dos cientistas defende a tese da responsabilidade humana, sobretudo dos países desenvolvidos no aquecimento global. Bem como o fato de que tal ponto de vista é defendido pela quase totalidade dos países inclusive dos principais países emergentes entre o quais Brasil, China e Índia. No texto “China Políticas e Ações para combater as alterações climáticas” afirma-se “Desde a revolução industrial, as atividades humanas, especialmente o consumo maciço de energia e de recursos pelos países desenvolvidos no processo de industrialização, têm aumentado as concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa, produzido impactos visíveis sobre os ecossistemas naturais da Terra, e graves desafios colocados para a sobrevivência e o desenvolvimento da sociedade humana”.

Esta questão tem importante conseqüência. Isto porque se o decisivo no aquecimento global for a natureza e não a ação humana, não há porque limitar a emissão de gases de efeito estufa produzidos pelo desenvolvimento.

O substitutivo estabelece o tamanho das Áreas de Preservação Permanente (APPs), praticamente, nos mesmos termos do Código Florestal. Fato grave, no entanto, ele abre caminho para uma acentuada redução das APPs ao assegurar aos estados e distrito federal o poder de reduzir ou aumentar em 50 % as faixas mínimas das marginais dos cursos d’água, do entorno dos lagos e das nascentes e olhos d’água. Segundo o texto do relator tal decisão estará condicionada ao Zoneamento Econômico-Ecológico e ao Plano de Recursos Hídricos elaborado para a bacia hidrográfica. Esta modificação decorreria da necessidade de dar um tratamento diferenciado às áreas de produção já consolidadas. Todavia, permitir que os estados reduzam as dimensões das APPs trará graves prejuízos ao meio ambiente. As assembléias legislativas da grande maioria dos estados estão sob forte influência do agro-negócio e, evidentemente, as APPs serão reduzidas e não aumentadas. Isto porque o posicionamento em torno da função social e ambiental da terra está fortemente influenciado pela posição de classe dos grandes produtores que visam mais áreas para a produção, sem levar em conta o meio ambiente. Na Constituinte, quando os mesmos setores defenderam que a reforma agrária ficasse sob a responsabilidade dos estados foi com o mesmo argumento que as forças defensoras desta importante reforma se colocaram contra.

Cabe ressaltar que estudiosos no assunto destacam que o tamanho das APPs não decorre, fundamentalmente, do seu papel na preservação da água e do solo. Se se tratasse apenas destes aspectos a questão colocada pela Embrapa de que as encostas devem ser o fator predominante nesta definição seria adequada. Todavia além de proteger a água e o solo as APPs têm um importante papel na preservação da biodiversidade. E este é o fator decisivo para determinar o tamanho das APPs já que ela exige uma maior faixa para a sua proteção. Por isto mesmo estudiosos do tema consideram que o Código Florestal define corretamente os limites das APPs e que sua redução trará sérios prejuízos à biodiversidade.

Contudo a importância da biodiversidade ainda é pouco reconhecida pela sociedade brasileira. Incluindo todos os produtos da evolução orgânica, ou seja, a vida biológica do planeta, de genes até espécies e ecossistemas, a biodiversidade ganhou grande importância com os avanços da engenharia genética e o consequente aproveitamento dos recursos biológicos e genéticos como matéria-prima para as modernas tecnologias. Tal fato confere à biodiversidade um valor estratégico no chamado novo paradigma tecnológico passando a ser fator de acirradas disputas geopolíticas. E a preservação da vegetação natural é condição para a preservação da biodiversidade.

O texto do relatório define os percentuais da Reserva Legal assegurando aos pequenos proprietários, de até 4 módulos fiscais, a incorporação da Reserva Legal na APP. Nas condições da legislação atual o produtor familiar, com uma pequena propriedade, fica com uma área muito limitada para a sua produção. Tal dispositivo incorporado ao substitutivo é justo, pois não é aceitável dar o mesmo tratamento à pequena e à grande propriedade rural. Em Audiência Pública realizada na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul foi feito um entendimento entre os produtores familiares e o Ministério do Meio Ambiente nos mesmos termos do incorporado ao substituto do Código Florestal. No sentido de impedir manobras por parte dos grandes proprietários o substitutivo estabeleceu que ,com o fracionamento do imóvel, as dimensões da Reserva Legal deverão ser fixadas em função da área do imóvel anterior ao fracionamento.

Outro fato que atenta contra o meio ambiente é a possibilidade de grandes proprietários poderem incorporar as áreas das APPS no cálculo do percentual da Reserva Legal. Tal medida reduzirá em muito as áreas de Reserva Legal, com sérios prejuízos ao meio ambiente. Tal dispositivo estende aos grandes proprietários o benefício corretamente assegurado aos pequenos.
Outro dispositivo prejudicial ao meio ambiente diz respeito à possibilidade do Programa de Regularização Ambiental assegurar que áreas rurais consolidadas sejam eximidas da exigência da recuperação das APPs. Grave problema porque aí diz respeito não somente à biodiversidade, mas também à conservação do solo e das águas, questão fundamental inclusive para a própria agricultura.

Dispositivo bastante positivo diz respeito à garantia de que durante cinco anos não será permitida a supressão de florestas nativas para estabelecimento de atividades agropastoris.
Uma análise multilateral do substitutivo revela aspectos positivos. Todavia os aspectos negativos são muito maiores e resultam em graves prejuízos ao meio ambiente.

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* Aldo Arantes é secretário Nacional do Meio Ambiente do PCdoB

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Pesquisa mostra que 80% dos brasileiros duvidam das notícias e da mídia






















Encomendado pela Secom (Secretaria de Comunicação do Governo Federal), o “Relatório de Pesquisa Quantitativa – Hábitos de Formação e Informação da População Brasileira” mereceu pouquíssima análise da imprensa escrita, apesar de já ter inspirado anúncios da Rede Globo sobre pontos que lhe são favoráveis.

Dados interessantes da pesquisa:

• A TV aberta é de longe o meio preferencial para obter informações;
• 15,5% consideram a Internet o meio preferencial para obter informações, contra 6,4% dos jornais impressos e 0,5% das revistas;
• 80% dos entrevistados acreditam muito pouco ou nada nas notícias veiculadas pela mídia.

No total, 46,1% dos entrevistados afirmaram que costumam ler jornais; 34,9% lêem revistas. Dos que lêem jornais, 24,7% afirmam ler diariamente – ou seja, 11,4% do universo pesquisado. 30,4% dos leitores de jornais – ou 14% do universo pesquisado – afirmam ler em média um dia por semana.

A maior parte dos leitores de jornais está na Região Sul (54,1%) e Sudeste (52,7%). No caso das revistas, Sudeste (39,4%), Sul (38,0%) e Centro-Oeste (37,6%). O menor índice de leitores de jornais está no Nordeste (27,7%) e dos de revistas na Região Norte (29,4%) e Nordeste (30,7%).

"Veja" é lida pela metade dos leitores de revistas. Em seguida, bem abaixo, "Época" e "IstoÉ". Mas apenas 0,5% considera as revistas como seu meio preferencial para obter informações.

A Internet já tem alta penetração. 46,1% dos maiores de 16 anos já acessam. Desses, 66,5% a partir de sua própria residência; desses 66,5%, 65% já possuem banda larga.

Nas faixas de renda mais elevadas (acima de 10 salários mínimos), o percentual de acesso à Internet chega a 79,7%. Entre o público mais jovem (16 a 24 anos) o percentual de acesso à Internet chega a 68,8%, caindo para 14,9% acima de 50 anos.
Interessante a avaliação sobre o papel das lideranças comunitárias. 15% dos entrevistados as consideram fonte de informação. Desse total, 45,6% confiam mais nas suas informações, contra 49,6% que acreditam que as informações dos meios de comunicação (incluindo rádio e TV) são mais esclarecedoras.

Credibilidade da mídia

E aí se entra na credibilidade da velha mídia.

A maioria absoluta dos entrevistados (57,3%) consideram tendenciosas as notícias veiculadas, contra 24,3% que acreditam em notícias isentas e imparciais.

Quanto se pergunta da credibilidade dos meios de comunicação, 72,1% afirmam acreditar muito pouco; 7,2% não acreditam nada. 18,8% acreditam muito.

A população que mais acredita na mídia é a do Nordeste, com 28% considerando as notícias isentas e imparciais e 25,7% acreditando muito no que é dito.

Já no Sul, comente 19,9% consideram as notícias isentas e imparciais; e meros 10,5% acreditam muito no que é dito pelos meios de comunicação.

O curioso é que dentre os consumidores preferenciais da mídia – classes de renda mais elevadas - é maior a proporção dos que consideram as notícias em geral tendenciosas e parciais.

Não significa que não consumam as notícias – 82,9% as utilizam no cotidiano e 62% admitem que, algumas vezes, mudam seus pontos de vista a partir de informações dos meios de comunicação.

Outros 26,5% nunca mudam seus pontos de vista em função das informações transmitidas pelos meios de comunicação.

Os meios mais confiáveis

Quando instados a identificar os meios de comunicações mais confiáveis, 69,4% apontam a TV aberta e 7,2% a rádio.

Em seguida vem a Internet (6,5%) acima do jornal impresso (6,3%) e das revistas (0,9%).

Em relação ao meio de comunicação mais importante para buscar informações, a TV aberta continua absoluta (69,4%). Mas a Internet vem em segundo, com 15,5%, batendo o rádio (6,4%), o jornal impresso (5,6%) a TV por assinatura (2%). Revistas são consideradas por apenas 0,5% da população.

Em relação à formação de opinião sobre o governo federal, o meio mais importante para formação da opinião são os jornais da televisão (73,6%), conversas com amigos/parentes (12,9%), jornais impressos (12,7%) e Internet (10%).

Blog do Nassif

terça-feira, 29 de junho de 2010

I Encontro Ambiental Sustentável é realizado no Amazonas
















Foi realizado no dia 17 de junho, às 19:00 h, no Teatro da UNINORTE, o I Encontro Ambiental Sustentável, em uma parceria inédita entre a CTB-Am e a UNINORTE, que disponibilizou o local e liberou os alunos dos Cursos de Geografia e Petróleo e Gás para participar do evento, além de convidar os demais alunos daquela Universidade.

Participaram como palestrantes os Prof. Ademir Ramos, da Universidade Federal do Amazonas, o Prof. Mauro Bechman, Coordenador do Curso de Geografia e do curso de Petróleo e Gás da UNINORTE e o Dep. Est. Eron Bezerra, membro da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Amazonas e ex-Secretário de Estado de Produção Rural.

Marcaram presença no evento representantes de várias entidades, como o SINPOL, SINTEAM, SINDICATO DOS ESTIVADORES, FETAGRI-AM, ULGBT, SINDVAM, DIEESE, dentre outras. Os alunos da UNINORTE participaram em peso do Encontro, pois tal tema tem grande importância dentro da comunidade acadêmica, cada vez mais antenada e preocupada com a preservação ambiental.

Durante as inscrições, os participantes preencheram uma ficha de inscrição, cujos dados serão tabulados para formarmos um perfil daqueles que se interessaram em fazer parte deste nosso evento e ainda termos uma base de dados para que eles possam participar de futuras promoções e outras atividades realizadas pela CTB.

Durante a abertura, o Presidente em Exercício da CTB-Am, James Figueiredo, falou sobre a importância que tem esse evento por se tratar de uma rara oportunidade que os sindicalistas tem de mostrar que estão realmente interessados que os trabalhadores e trabalhadoras de nosso país tenham uma qualidade de vida melhor através da preservação do ambiente em que vivemos, porém, sem deixar de lado o desenvolvimento sustentável de nossa região.

A Profª Eliana Maria, Secretária de Políticas Agrícolas, Agrárias e Meio Ambiente da CTB-Am, agradeceu a presença de todos os participantes e destacou que o evento só foi possível com a parceria firmada entre a CTB e a UNINORTE. Ela também divulgou que as inscrições para a Campanha “VALORIZAÇÃO DO TRABALHO COM SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DA CTB” foram prorrogadas até o dia 17 de julho, podendo ser feitas pelo portal da CTB (www.ctb.org.br).

No total tivemos cerca de 300 espectadores, entre alunos, sindicalistas e convidados, que participaram ativamente com questões acerca das palestras apresentadas.

Como ponto alto, tivemos as palestras dos três convidados. Em primeiro lugar o Prof. Ademir Ramos, que mostrou através de fatos o impacto que o desenvolvimento desenfreado pode ter sobre as comunidades indígenas e apontou algumas sugestões para evitá-los.

Em seguida, o Prof. Mauro Bechman trouxe à baila um tema de suma importância para a nossa região, que é o Papel dos Movimentos Sociais no Processo Produtivo, onde destacou a importância que os sindicatos, associações e demais entidades de classe tem na orientação e educação ambiental da classe trabalhadora e população em geral.

Por último o Dep. Est. Eron Bezerra realizou sua palestra falando sobre os três ciclos de desenvolvimento do Amazonas e as possibilidades da produção de alimentos em nossa região sem degradação ambiental, relatando as experiências levadas a cabo pela SEPROR – Secretaria de Produção Rural do Estado, pasta da qual foi titular.

Durante o encerramento do Encontro foram sorteadas camisas da CTB e livros e CDs para os participantes.

Como um primeiro evento dessa magnitude, podemos avaliar que o I Encontro Ambiental Sustentável foi um sucesso, pois através da participação da comunidade acadêmica pudemos medir o nível de interesse dos espectadores, por meio de suas perguntas e intervenções nos ciclos de debate. A Secretaria de Políticas Agrícolas, Agrárias e Meio Ambiente da CTB-Am avaliará as condições necessárias para a realização de um 2º Encontro, com a possibilidade de torná-lo uma tradição anual, visto que cada vez mais se faz necessária uma maior abrangência para este tema de vital importância para a humanidade.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Eleições: o que fazer?


O objetivo principal deste artigo é levantar algumas propostas que as entidades sindicais poderão desenvolver no próximo trimestre, referentes à participação nas eleições quase gerais, que ocorrerão no mês de outubro.

Num artigo que escrevi, publicado no mês de junho, procurei demonstrar a importância dessas eleições, com o confronto entre dois projetos: um que significa a volta ao neoliberalismo, e o outro que possibilitará que o nosso país continue a se desenvolver, e avançar mais, rumo à soberania nacional, à democracia, à valorização do trabalho e à distribuição de renda.

Sugiro que as entidades sindicais sigam alguns passos para efetivar ações conseqüentes que contribuam efetivamente para a eleição de candidatos comprometidos com os interesses dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros:

1.Ler e debater o texto “Agenda da Classe Trabalhadora para um Projeto Nacional de Desenvolvimento com Soberania, Democracia e Valorização do Trabalho” aprovado, por unanimidade, na CONCLAT 2010.

2.Definir uma plataforma da entidade sindical referente à função específica que desenvolve. Por exemplo, os trabalhadores de transporte elaboram plataforma referente aos transportes, os da saúde referente à saúde, e assim por diante.

3.Nas instâncias de deliberação das entidades sindicais, convocadas amplamente, definir quais candidatos serão apoiados, com o compromisso de defender a implantação, cada vez mais intensa, do projeto nacional de desenvolvimento referido acima, assim como a plataforma específica da categoria ou ramo de atividade. Essa escolha dos candidatos deve ser precedida por um levantamento do histórico de vida, histórico do posicionamento político dele e do Partido ao qual é filiado, e do programa desse Partido.

4.Desenvolver ampla campanha para garantir a eleição dos candidatos aprovados nas instâncias deliberativas da entidade, fazendo a crítica às políticas desenvolvidas por candidatos defensores do neoliberalismo. Por exemplo, ao mesmo tempo que devemos apoiar Dilma , apresentando os argumentos baseados no projeto que defende e em toda sua história de lutas , devemos também nos opor a Serra, apresentando os argumentos a respeito do projeto que defende – e que foi aplicado nos 8 anos do Governo FHC – assim como a sua história enquanto político defensor dos interesses burgueses, como ocorreu, por exemplo, no processo de elaboração da Constituição de 88.

5.Os sindicalistas classistas devem aproveitar o período eleitoral para intensificar o processo de formação que eleve o nível de consciência política da classe trabalhadora, instrumento essencial para que ocorram as mudanças fundamentais que o Brasil necessita.

6.Promover encontros, debates com a presença de trabalhadores e trabalhadoras, tendo como objetivo a discussão do significado das eleições, os programas apresentados, a história de vida dos candidatos. Nesses encontros e debates deverão estar presentes, se possível, alguns dos candidatos .No caso dos professores da PUC de Campinas, em todas as eleições, realizam-se esses debates promovidos pela APROPUCC e SINPRO.

7.Abrir os veículos de comunicação das entidades para a manifestação dos trabalhadores e trabalhadoras, a respeito das eleições. O SINPRO CAMPINAS faz , em todas as eleições, uma tribuna de debates, para que os professores se manifestem, indicando os candidatos de sua preferência.

8.Estabelecer prioridade, nesse período de 3 meses, à campanha eleitoral. Isso significa que as atividades desenvolvidas pelas entidades deverão estar voltadas para o processo eleitoral.

Apresentamos aqui algumas propostas. Outras poderão se somar, para que as entidades sindicais tenham uma atuação conseqüente, no que se refere ao processo eleitoral. Na visão classista, o sindicato deve defender os interesses econômicos dos trabalhadores , mas deve também atuar política e ideologicamente. Assim como há momentos como as da campanha salarial em que prevalece a luta econômica, deverá haver outros momentos, como de campanha eleitoral, em que deverá prevalecer a luta política e ideológica.


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Augusto César Petta é sociólogo, coordenador técnico do Centro de Estudos sindicais (CES) e coloborador da Revista Visão Classista

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Campanha convoca boicote a Globo em jogos do Brasil na Copa


Esta madrugada “bombou” no twitter a palavra de ordem #diasemglobo, que estimula as pessoas a verem o jogo entre Brasil e Portugal, sexta-feira, em qualquer emissora que não a Globo. Não é uma campanha de “esquerdistas”, de “brizolistas”, de “intelectuais de esquerda”. É a garotada, a juventude.

Também não é uma campanha inspirada na popularidade de Dunga, que nunca tinha sido nenhuma unanimidade nacional. Na verdade, isso só está acontecendo porque um episódio sem nenhuma importância — um técnico de futebol e um jornalista esportivo terem um momento de hostilidade — foi elevado pela própria Globo à condição de um “crime de insubordinação” inaceitável por ela.

As empresas Globo ontem, escandalosamente, passaram o dia pressionando a Fifa por uma “punição” a Dunga. Atônitos, os oficiais da Fifa simplesmente perguntavam: “mas, por que?”

A edição do jornal do grupo Globo, hoje, só não beira o ridículo porque mergulha nele, de cabeça. O ódio a qualquer um que não abaixe a cabeça e diga “sim, senhor” a ela é tão grande que ela não consegue reduzir o episódio àquilo que ele realmente foi — uma bobagem insignificante.

Não, ela se levanta num arreganho autoritário e exige “punição exemplar” para técnico da seleção. Usa, logo ela, uma emissora de tanta história autoritária e tão pródiga em baixarias, a liberdade de imprensa e os “bons modos” como pretextos, como se isso ferisse seus “brios”.

Há muita gente bem mais informada do que eu em matéria de seleção que diz que isso se deve ao fato de Dunga ter cortado os privilégios globais no acesso aos jogadores. E que isso lhe traria prejuízos, por não “alavancar” a audiência ao longo do dia.

Lembrei-me daquele famoso direito de resposta de Brizola à Globo, em 1994.

Não reconheço à Globo autoridade em matéria de liberdade de imprensa, e basta para isso olhar a sua longa e cordial convivência com os regimes autoritários e com a ditadura de 20 anos que dominou o nosso país.

Todos sabem que critico há muito tempo a TV Globo, seu poder imperial e suas manipulações. Mas a ira da Globo, que se manifestou na quinta-feira, não tem nenhuma relação com posições éticas ou de princípios.É apenas o temor de perder o negócio bilionário que para ela representa a transmissão do Carnaval. Dinheiro, acima de tudo.

Pois o arreganho autoritário da Globo, mais do que qualquer discurso, evidenciou a tirania com que a emissora trata o evento esportivo que mais mobiliza os brasileiros mas que, para ela, é só um milionário negócio.

Dunga não é o melhor nem o pior técnico do mundo, nunca foi um ídolo que empolgasse multidões. A sociedade dividia-se, como era normal, entre os que o apoiavam, os que o criticavam e os que apenas torciam por ele e pela seleção.

A Globo acabou com esta normalidade. Quer apresentá-lo como um insano, um louco incontrolável. Nem mesmo se preocupa com o que isso pode fazer no ambiente, já naturalmente cheio de tensões, de uma seleção em meio a uma Copa do Mundo. Ela está se lixando para o resultado deste episódio sobre a seleção.

De agora em diante, a Globo fará com Dunga como que fez, naquela ocasião, com a Passarela do Samba, como descreveu Brizola naquele “direito de resposta”: “quando construí a passarela, a Globo sabotou, boicotou, não quis transmitir e tentou inviabilizar de todas as formas o ponto alto do Carnaval carioca.”

Vocês verão – ou não verão, se seguirem a campanha #diasemglobo – como, durante o jogo, os locutores (aquele um, sobretudo) farão de tudo para dizer que a Globo está torcendo para que o Brasil ganhe o jogo. Todo mundo sabe que, quando se procura afirmar insistentemente alguma coisa que parece óbvia, geralmente se está mentindo.

Eu disse no início que esta não é uma campanha dos políticos, dos intelectuais, da “esquerda” convencional. Não é, justamente, porque estamos, infelizmente, diante de um quadro em que a parcela politicamente mais “preparada” da sociedade desenvolveu um temor reverencial pelos meios de comunicação, Globo à frente.

Políticos, artistas, intelectuais, na maioria dos casos – ressalvo as honrosas exceções – têm medo de serem atacados na TV ou nos jornais. Alguns, para parecerem “independentes e corajosos”, até atacam, mas atacam os fracos, os inimigos do sistema, os que se contrapõem ao modelo que este sistema impôs ao Brasil.

Ou ao Dunga, que acabou por se tornar um gigante que nem é, mas virou, com o que se faz contra ele. Eu não sei se é coragem ou se é o fato de eu ser “maldito de nascença” para eles, mas não entro nessa.

O que a juventude está fazendo é o que a juventude faz, através dos séculos: levantar-se contra a tirania, seja ela qual for. Levantar-se da sua forma alegre, original, amalucada, libertária, irreverente e, por isso mesmo, sem direção ou bandeiras “certinhas”, comportadas, convencionais.

A maravilha do processo social aí está. Quem diria: um torneio de futebol, um técnico, uma rusga como a que centenas ou milhares de vezes já aconteceu no esporte, viram, de repente, uma “onda nacional”.

Uma bobagem? Não, nada é uma bobagem quando desperta os sentimentos de liberdade, de dignidade, quando faz as pessoas recusarem a tirania, quando faz com que elas se mobilizem contra o poder injusto. Se eu fosse poeta, veria clarins nas vuvuzelas.

Essa é a essência da juventude, um perfume que o vento dos anos pode fazer desaparecer em alguns, mas que, em outros, lhes fica impregnado por todas as suas vidas. E a ela, a juventude, não derrotam nunca, porque ela volta, sempre, e sempre mais jovem. E é com ela que eu vou.

Por Brizola Neto, no blog Tijolaço

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pascoal Carneiro relata participação da CTB na 99ª Conferência da OIT

















O secretário-geral da CTB, Pascoal Carneiro, está desde o último dia 2 em Genebra (Suíça), participando da 99ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O evento acontecerá até o dia 18 deste mês. Neste final de semana, o dirigente da CTB enviou um relato das discussões travadas até o momento no Palácio das Nações.

Confira abaixo o relato:

Por volta das 10h do dia 2 de junho, tivemos a abertura oficial da Conferência. Na oportunidade, foi eleito como presidente o representante do governo francês, Sr. Gildo Rebian, que, em seu discurso de posse, ressaltou a importância do emprego na crise atual, e mencionou a necessidade de pensarmos em uma empresa sustentável. Salientou que esse pensamento é essencial para a justiça social que devemos formar.

A cerimônia foi presidida pela brasileira Maria Nazareth Farani Azevedo, que é representante permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) e que ocupa cargo no Conselho de Administração da OIT.

Esteve presente para um pronunciamento a Sra. Dóris Leuthard, presidente da Confederação Helvética da Suíça. Foi um discurso muito concorrido e pragmático de proteção ao trabalho. No seu discurso, ela fez um apelo à OIT para lutar por uma nova governança mundial, destacando que a taxa de desemprego no mundo para 2010 seguirá em torno de 10% (no mínimo). Porém, chamou atenção o fato de que a interdependência dos mercados financeiros trouxe danos sociais em escala mundial — mesmo que a origem do problema esteja em um único país.

Depois, tivemos a primeira reunião dos trabalhadores. Nesta reunião, discutiu-se a crise econômica. Como mencionado no discurso de abertura, o que predominou nas interações foi a responsabilidade de construirmos um ambiente favorável e sustentável para a criação de empregos. Também houve a divisão das comissões de trabalho. O delegado titular dos trabalhadores brasileiros fez a indicação e distribuição dos conselheiros técnicos, representando as centrais sindicais em todas as comissões de trabalho. Eu escolhi participar da comissão de aplicação de Normas.

Nesta reunião também foi eleito o presidente e os quatros vice presidentes dos trabalhadores.

No dia 3 houve o início dos trabalhos das comissões; os trabalhadores defenderam que os textos referentes à proteção e à discriminação aos portadores de HIV/AIDS. Assim, o trabalho doméstico deveria gerar uma convenção da OIT. Por tem mais força que uma norma, eles poderão demandar que tal convenção faça parte do ordenamento jurídico do país, podendo, assim ser mais bem fiscalizada para a busca do seu cumprimento.

O trabalho da comissão de HIV/AIDS foi concluído, assim como foi aprovado o texto final, que será ratificado pela OIT no dia 17, como “Recomendação sobre HIV/AIDS no Mundo do Trabalho”. Trata-se de um texto elaborado em conjunto por trabalhadores, empresários e governos de 43 países-membros da OIT e que terá repercussão em todos os cantos do mundo. Na comissão de HIV/AIDS não se conseguiu um convenção, mais saiu uma boa norma.

Grande vitória

Porém, na comissão de emprego doméstico se conseguiu uma grande vitória, com uma convenção seguida de uma recomendação, em votação histórica para os trabalhadores e as trabalhadoras domésticas. Essa votação aconteceu no final dos trabalhos do grupo, após duas semanas de discussão na OIT.

Foi uma importante conquista, pois trata-se da garantia de uma convenção. Isso vai transformar a relação de exploração em relação de direitos, porém esse texto ainda vai ser votado no dia 17, na plenária dos delegados. Foi muito emocionante ver as empregadas domésticas que estão em Genebra, participando da 99ª Conferência. Elas agora vão ter agora uma longa jornada para convencer seus países a ratificar essa convenção, mas com certeza contarão com o apoio de todas as centrais sindicas do mundo nessa empreitada.

Foi uma importante vitória da classe trabalhadora e dos trabalhadores domésticas de todo o mundo. Porem. Até o final da Conferência ainda vai tem de definir questões cruciais como, por exemplo, definições de trabalho doméstico e o papel das agências de emprego. Porque isso ainda não esta decidido. A OIT estima a existência de mais de 100 milhões de trabalhadoras e trabalhadores domésticos no mundo, e são, majoritariamente, mulheres.

De Genebra,
Pascoal Carneiro para o Portal CTB

Turma da Mônica reforçará alfabetização infantil na China


A partir do mês de setembro, os desenhos animados da Turma da Mônica começam a ser exibidos na TV estatal da China com dublagem para o público local. A iniciativa faz parte de um projeto que o governo do país está desenvolvendo para reforçar a alfabetização infantil.

"Eles disseram que, ao longo da história da China, com guerras e ocupações, alguns va­lores se perderam para as crianças. E que a Turma da Mônica poderia ajudar", diz Maurício de Sousa, criador dos personagens. Há cerca de dois anos, as histórias de Mônica, Magali, Cebolinha e tantos outros já são publicadas no país. Agora, virão os desenhos animados.

Maurício de Sousa revela que já existem 20 desenhos prontos e outros 20 devem começar a ser produzidos. Há cerca de dois anos, os personagens brasileiros começaram a fazer parte de livros paradidáticos no país asiático. São 180 milhões de crianças em contato com o material já em circulação.

"A nova geração de líderes do maior país do mundo terá sido educada com a Turma da Mônica. Vamos ver no que isso vai dar", brinca o autor.

Com agências

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Manifesto: Pelo desenvolvimento com soberania, democracia e valorização do trabalho


A Conferência Nacional da Classe Trabalhadora – Assembléia de 1º de junho de 2010 - realiza-se num momento em que o mundo ainda é perturbado pelas crises do capitalismo.

Ao longo das últimas décadas, o processo de globalização hegemonizado pelo capital fi nanceiro, fez com que os Estados nacionais perdessem, progressivamente, sua capacidade de gerar, controlar e executar políticas de suporte ao desenvolvimento econômico; de inclusão social com a geração de emprego, renda e valorização do trabalho.

Nós, trabalhadores e trabalhadoras e nossas organizações sindicais, sempre denunciamos os vários problemas sociais e econômicos que derivam da implementação das políticas neoliberais: a desestruturação econômica; a fragilização do poder do Estado; a exclusão social e desregulamentação do mercado de trabalho, com milhões de famílias vítimas do desemprego; o acirramento sem controle da competição em todos os níveis, inclusive entre países, regiões e governos; a desvalorização do papel do empreendedor produtivo em prol da especulação financeira; a instabilidade e a precarização das relações de trabalho, marcada pela crescente informalização, pelos baixos salários e por restrições à ação sindical; o descaso com o desenvolvimento ambientalmente sustentável, entre outros.

Em resposta às crises econômica, política e ambiental, é preciso construir uma nova agenda dos trabalhadores/ as do Norte e do Sul. É preciso colocar na ordem do dia o fortalecimento dos nossos laços internos de solidariedade e de cooperação internacional, de forma a potencializar a luta por novos modelos de desenvolvimento sustentável. Não podemos permitir que as alternativas, aparentemente fáceis do protecionismo e da xenofobia, superem o valor mais importante da classe trabalhadora que é a solidariedade. Ao invés de competitividade, é preciso implantar, como princípio, a qualidade de vida. Temos que ter consciência que, frente aos problemas globais que ameaçam a todos, não existem soluções individuais. Ou vencemos todos, ou ninguém vence!

O Brasil e muitos países da América Latina vivem um momento promissor, de mudanças. O neoliberalismo vem sendo derrotado e os povos buscam novas alternativas de desenvolvimento. O Brasil precisa atuar de forma decisiva no aprofundamento da integração econômica e construção contínua da articulação regional, com o fortalecimento do Mercosul e Unasul, Banco do Sul e Comunidade das Nações da América Latina e Caribe, assim como exercer um papel relevante na redefi nição das instituições multilaterais e nas regras de governança mundial, em especial do sistema financeiro e de comércio. E por isso, defendemos e lutamos por uma nova ordem mundial.

No Brasil, os avanços registrados nos indicadores sociais e econômicos dos últimos anos revelam que é possível combinar crescimento econômico com desenvolvimento social. Contudo, permanecem, ainda, muitos problemas a enfrentar e uma enorme dívida social a ser superada. No âmbito do mercado de trabalho, destacamos o alto desemprego, os baixos salários, a informalidade, a rotatividade da mão de obra e as discriminações, além da participação reduzida dos salários na renda nacional, que deve ser aumentada.

É essencial a consolidação da unidade e a elevação do protagonismo da classe trabalhadora na luta política nacional. As centrais sindicais desempenham um grande papel neste sentido e a unidade de ação que construímos, calcada na mobilização dos trabalhadores e das entidades sindicais, foi responsável por conquistas relevantes para o processo de mudança que almejamos.

Reafirmamos as ações desenvolvidas no último período, como as mobilizações das Marchas da Classe Trabalhadora, o veto do Presidente Lula à Emenda 3, a correção da tabela do imposto de renda, a criação do empréstimo consignado a juros mais baixos, a ampliação dos investimentos na agricultura familiar, a conquista do Piso Nacional da Educação, o aumento real para os aposentados e pensionistas. Destacamos, ainda, a política de valorização do salário mínimo, que favoreceu diretamente mais de 40 milhões de brasileiros, distribuindo renda, diminuindo as desigualdades, com impactos positivos no conjunto da economia e no consumo popular.

Com a Conferência / Assembléia, a classe trabalhadora une ainda mais forças para lutar por um projeto nacional de desenvolvimento, orientado por três valores fundamentais: a democracia, a soberania do país e a valorização do trabalho.Lutamos para que a unidade de ação sindical repercuta no âmbito político e governamental, em que os trabalhadores, com sua Agenda, tenham voz e vez.

Caminhar nessa direção requer estratégia sustentada por uma economia marcada pelo controle da infl ação, pela geração de renda e de emprego, por ganhos de produtividade e pelo aumento do investimento. Para isso, além de um Estado forte, é preciso uma política de redução dos juros, do superávit primário e câmbio equilibrado. Ou seja, uma política macroeconômica que tenha como pressuposto o crescimento sustentado a um ritmo compatível com as potencialidades e necessidades do país, o pleno emprego e a distribuição mais justa da renda produzida pelo trabalho.

Lutamos por um sistema de promoção e proteção social associado ao trabalho que tenha na organização sindical um agente estratégico. Lutamos para fortalecer a presença e a representação das organizações sindicais no local de trabalho, para possibilitar a negociação coletiva no setor privado e público, garantir o direito de greve e a solução ágil dos conflitos, questões fundamentais à conquista de um sistema democrático de relações do trabalho.

O ano de 2010 é significativo para a classe trabalhadora brasileira. A eleição de outubro, marcada pela disputa entre distintos projetos políticos, é uma singular oportunidade para selarmos compromissos com o avanço das transformações necessárias à construção de um país igualitário e democrático. Nossa presença ativa no processo e no debate eleitoral deve buscar impedir retrocessos, garantir e ampliar direitos dos trabalhadores/as. Por isso, é fundamental eleger candidatos comprometidos com as bandeiras da classe trabalhadora.

É nesse contexto de unidade na ação que as Centrais Sindicais, reunidas na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora – Assembléia, apresentam à sociedade brasileira, aos partidos políticos e seus candidatos, um conjunto de propostas que reafirmam nosso desejo de que o país trilhe o caminho do desenvolvimento. Propostas que garantam ao Estado brasileiro ampliar seu papel de indutor e promotor do desenvolvimento através da efetivação de reformas estruturais como a reforma tributária, visando a progressividade dos impostos, a taxação das grandes fortunas e propriedades; a reforma do sistema financeiro com vistas a ampliar a oferta de crédito para financiar investimentos produtivos e a democratização do Conselho Monetário Nacional; a reforma política baseada no financiamento público das campanhas, no voto em listas partidárias e no fim da cláusula de barreira; o fim do fator previdenciário; a reforma agrária e o fortalecimento da agricultura familiar; a reforma urbana centrada no combate ao déficit habitacional e na construção de cidades sustentáveis.

Propomos também a valorização da educação pública, gratuita e de qualidade em todos os níveis, o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e uma efetiva política de segurança pública democrática e o fortalecimento do PAC.

Lutamos pela redução constitucional da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salários; aumento real do salário mínimo em 2011; pela ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe a dispensa imotivada; pela valorização dos servidores públicos, a regulamentação da Convenção 151 da OIT sobre negociação coletiva no setor público; por uma nova política de comunicação, que democratize o direito à informação, fortaleça as mídias alternativas e as expressões culturais nacionais e regionais; e para que os recursos do pré-sal sejam utilizados na erradicação da pobreza e das desigualdades sociais.

As propostas da Agenda da Classe Trabalhadora estão organizadas em seis grandes eixos, a saber:

•Crescimento com distribuição de renda e fortalecimento do mercado interno;
•Valorização do trabalho decente com igualdade e inclusão social;
•Estado como indutor do desenvolvimento socioeconômico e ambiental;
•Democracia com efetiva participação popular;
•Soberania e integração internacional; e
•Direitos Sindicais e Negociação Coletiva.


Reafirmamos, hoje, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo – SP, nosso compromisso de luta para ampliar direitos e conquistar uma nova sociedade, solidária e justa. A inclusão social e valorização do trabalho decente são os pilares para que o Brasil se consolide como um país onde homens e mulheres, do campo e da cidade, trabalhem e vivam com qualidade e dignidade.

São Paulo, 1º de junho de 2010.



CONFERÊNCIA NACIONAL DA CLASSE TRABALHADORA

ASSEMBLÉIA 1º DE JUNHO DE 2010



Central Única dos Trabalhadores

Força Sindical

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

Nova Central Sindical dos Trabalhadores

Central Geral dos Trabalhadores do Brasil