“Não concordo com nenhuma palavra que dizes, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las” – Voltaire.
Até onde vai o nosso direito de livre expressão? Na prática, não há limites, pois hoje, em nosso país, podemos dizer o que quisermos, onde quisermos e quando quisermos. É um direito que todo cidadão tem, independente de raça, credo, condição social e opção sexual.
Entretanto, esse direito passa a ter outro significado, o de opressão, quando é usado para cercear os direitos de outras pessoas, ou classe. E devemos ter a consciência de que se ultrapassarmos esses limites, poderemos sofrer as conseqüências.
Essa semana um político de Manaus usou seu direito de livre expressão de maneira inadequada.
Ao subir a tribuna da Câmara Municipal e declarar que a classe LGBT é formada por “aberrações”, que não podem se manifestar, ele quebrou as duas leis que jurou defender: A religiosa e a dos homens.
Como seguidor da Bíblia, ele deveria conhecer a passagem que diz que devemos amar ao próximo como a nós mesmos. De acordo com a lei dos homens, cometeu crime de racismo (crime hediondo e inafiançável) e injúria.
Ora, como podemos esperar que um homem que quebra todas as leis que jurou defender possa prestar um serviço à sociedade tão importante, que é o cargo de vereador? Simples: Não podemos.
Pessoas que tem um passado obscuro se escondem atrás de um púlpito achando que assim estarão livres. Mas como diz a Bíblia: Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus. Essa é uma mensagem para aqueles que usam a religião e um cargo público para defender suas idéias preconceituosas e homofóbicas. Todos têm liberdade de expressar suas idéias. Seja o evangélico, que vai gastar milhões do nosso dinheiro para seus eventos no Sambódromo, na próxima semana, seja a classe LGBT, que custeia suas próprias atividades para fazer valer seu pensamento e ter o direito de viver em paz, como todo cidadão.
Para o nobre vereador, os homossexuais que participam de tais eventos são bandidos, marginais. E quanto ao Deputado Federal evangélico que vez por outra está sendo processado por algum delito eleitoral? E os bispos que aparecem em vídeos ensinando a outros pastores que somente interessa a quantidade de dinheiro arrecadado por sua igreja? Em toda classe há pessoas de bem e pessoas más.
Não podemos permitir que tais pensamentos contaminem os parlamentos de nosso País. Podemos afirmar que essa contaminação já está acontecendo uma vez que nenhum vereador se postou a favor da classe LGBT.
Isso é um perigo, uma vez que parece ser aceitável a prática homofóbica pela maioria dos parlamentares.
A CTB-Am é contra qualquer manifestação preconceituosa contra qualquer grupo ou classe. E nos postaremos sempre antagonicamente a qualquer um que queira cercear os direitos de qualquer cidadão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário